Magna Grécia

Definição

Mark Cartwright
por , traduzido por Filipa Oliveira
publicado em 24 maio 2013
Disponível noutras línguas: Inglês, francês, espanhol
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Magna Graecia (by Future Perfect At Sunrise, CC BY-SA)
Magna Grécia
Future Perfect At Sunrise (CC BY-SA)

Magna Grécia (Magna Græcia/Megalē Hellas) refere-se às áreas costeiras do sul da Itália que foram colonizadas por várias cidades-estado da Grécia Antiga entre os séculos VIII e V a.C. Embora a Sicília também o fosse, normalmente não está incluída nessa área. Contudo, os escritores posteriores, como Strabo, incluíram a Sicília, pois o termo Magna Grécia passou a significar todo o mundo grego.

A região original da Magna Grécia estende-se da colónia Eubeia de Cumas (provavelmente a mais antiga, fundada por volta de 740 a.C.) até à colónia espartana de Taranto (fundada por volta de 706 a.C.), sendo Heracleia a última a ser fundada em 433 a.C..

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A Colonização Grega

Seguindo o exemplo dos micênicos da Idade do Bronze, os colonos da Grécia Antiga elegeram a Magna Grécia como local adequado para o estabelecimento das colónias devido à fertilidade da terra e a vantajosa posição geográfica para o comércio entre os mundos grego, etrusco e fenício. A presença de ofertas votivas de Magna Grécia nos grandes santuários religiosos de Delfos e Olímpia atesta como as colónias na Itália do Sul se tornaram uma parte totalmente integrada do mundo grego. Realmente, o cessar-fogo (ekecheiria) imposto durante os Jogos Olímpicos também foi respeitado nas colónias e a lista de vencedores em Olímpia inclui muitos nomes de atletas de Magna Grécia.

Contudo, a região não vivia de forma harmoniosa, pois tal como na Grécia continental, pequenas cidades-estado ou pólis (relativamente independentes da cidade-mãe) competiam e cooperavam com as cidades vizinhas de forma a formarem uma rede política em constante mudança de rivalidades e alianças.

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A região também estava sujeita a maior instabilidade política precisamente por estar no cruzamento de várias civilizações, e a riqueza em recursos naturais fazia com que o território fosse frequentemente cobiçado, especialmente pelos tiranos sicilianos. Estas pólis, por serem centros cosmopolitas que abrigavam uma diversidade de povos (autóctones, coloniais, mercadores e provenientes de pólis vizinhas), eram frequentemente palco de instabilidade interna.

Principais Cidades-Estado

Entre as mais importantes pólis da Magna Grécia (com cidade-mãe e data) estavam:

  • Cumas (Eubeia, c. 740 a.C.) a primeira colónia grega na Itália continental e fundadora de novas cidades como Nápoles, que a partir de 421 a.C. se tornou a cidade mais importante da Campania.
  • Síbaris (Acaia/Troezen, c. 720 a.C.) que tinha fama de luxo dado os seus campos férteis e a fundadora de Posidonia (Paestum).
  • Crotona (Acaia, c. 710 a.C.) onde Pitágoras fundou uma comunidade religiosa em 530 a.C.
  • Tarento (Esparta, 706 a.C.) abençoada com o melhor porto da costa sul da Itália, a presença de moedas e mercadorias tarentinas em toda a Itália do Sul é testemunho da prosperidade e rede comercial da cidade.
  • Eleia (Foceia, c. 540 a.C.) famosa pela escola eleática de filosofia.
  • Túrio (Atenas, c. 443 a.C.) lugar do retiro do historiador Heródoto.
  • Heracleia (Tarento, 433 a.C.) sede da Liga Itálica a partir de 387 a.C.

No final do século V a.C. verifica-se um crescente conflito com a população autóctone, particularmente com as tribos Oscos estabelecidas nos Montes Apeninos, que avançaram gradualmente para as planícies férteis, terminando por invadir as pólis através de uma imigração em massa. Em contrapartida, o modelo político e cultural das pólis exerceu uma profunda influência sobre estes povos, a ponto de as suas origens culturais e políticas serem gradualmente assimiladas pela cultura grega. O sistema das pólis, a arquitetura, a arte, a religião e a língua gregas tornaram-se padrões a serem seguidos. Os séculos seguintes testemunharam a crescente influência romana sobre a região, culminando em 89 a.C. com a completa submissão da Magna Grécia.

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Bibliografia

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Sobre o tradutor

Filipa Oliveira
Tradutora e autora, o gosto pelas letras é infindável – da sua concepção ao jogo de palavras, da sonoridade às inumeráveis possibilidades de expressão.

Sobre o autor

Mark Cartwright
Mark é um escritor a tempo inteiro, investigador, historiador e editor. Os seus principais interesses incluem arte, arquitetura e descobrir as ideias que todas as civilizações partilham. Tem um mestrado em Filosofia Política e é o Diretor Editorial da WHE.

Citar este trabalho

Estilo APA

Cartwright, M. (2013, maio 24). Magna Grécia [Magna Graecia]. (F. Oliveira, Tradutor). World History Encyclopedia. Obtido de https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-11373/magna-grecia/

Estilo Chicago

Cartwright, Mark. "Magna Grécia." Traduzido por Filipa Oliveira. World History Encyclopedia. Última modificação maio 24, 2013. https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-11373/magna-grecia/.

Estilo MLA

Cartwright, Mark. "Magna Grécia." Traduzido por Filipa Oliveira. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 24 mai 2013. Web. 13 out 2024.